Ani Ganzala é afroindígena, mãe, sapatão e artvista nascida em Salvador.  Realiza desde 2012 trabalhos de ilustração  em aquarela, telas em acrílica, graffiti  e audiovisual, tendo realizado intervenções urbanas, exposições e workshops em países como Áustria, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, República Dominicana, Colômbia e Brasil. 

Em 2016 recebeu o prêmio de ASTRAEA (Lesbian Foundation for Justice) em New York, como artivista lésbica daquele ano. Em 2018 participou da Residência artística de Pintura Grafite entre Brasil e Angola tendo novamente contato com um trânsito cultural que se reflete em sua arte. Atualmente realiza parte dos seus trabalhos em comunidades rurais e quilombos.

Em 2019, Ani teve pela primeira vez suas ilustrações estampadas no livro Kuami – da autora Cidinha da Silva. O trabalho abriu novas portas dentro da literatura de modo que, mais recentemente, suas ilustrações compuseram o livro Beata, a menina das águas, de Elaine Marcelina. 

A artista, que encontra no desenho sua forma de expressão, retrata em suas obras temáticas em torno do afeto  e intimidade entre mulheres e sapatonas negras e indígenas enquanto sonho, desejo e memória. Assim, busca resgatar um lugar de pertença dentro da  comunidade negra e indígena, atrelado a retomada de práticas espirituais nesse território de Abya Yala  e as conexões  transatlânticas  e yorubantus presente na vida das mulheres e lésbicas negras na diáspora, desde o Sul Global. 

“A arte me possibilitou ter asas para conseguir voar por cima desse grande muro que é a desigualdade social, a falta de acesso, a precariedade. A arte pra mim é tudo, minha voz, minhas asas”

Foto: Arquivo pessoal