Militante, pesquisadora e professora, Bruna Andrade Irineu nasceu em 22 de maio de 1985, em Mineiros, interior de Goiás e cresceu em Rondonópolis, interior de Mato Grosso. Militância lésbica e produção científica se conjugam em sua trajetória, se inserindo no ativismo e na pesquisa sobre gênero e sexualidade no início dos anos 2000, em Cuiabá, Mato Grosso.
Entre os anos de 2003 e 2006, participou da organização de paradas da diversidade de Cuiabá, fundou o MULES – primeiro coletivo universitário de diversidade sexual de Mato Grosso e produziu os primeiros estudos sobre Lesbianidades e Educação; Segurança pública e homofobia; Serviço Social e homossexualidades, da região. Em Goiás entre 2007 e 2009, militou no grupo Colcha de Retalhos e integrou a primeira pesquisa sobre políticas públicas para população LGBT no Brasil, feita pelo grupo de pesquisas Ser-tão.
Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bruna Irineu iniciou sua carreira docente em universidade pública em Tocantins, no Curso de Serviço Social, onde coordenou diversas ações pioneiras de pesquisa e extensão na Universidade Federal de Tocantins (UFT), incluindo os primeiros dados de violência e violação de direitos do estado. Em Palmas, em 2014, fundou o primeiro coletivo de lésbicas e mulheres bissexuais do estado – LésBiToca, que atuou na pressão para formulação de políticas estaduais LGBT. Seus estudos sobre políticas públicas apresentam uma profunda crítica anticapitalista e são referência para o estudos direitos LGBTI+ no Brasil.
Engajada em circular as memórias e resistências LGBTI+ produzidas fora dos grandes centros, realizou através do audiovisual 2 documentários premiados em festivais regionais de cinema no Tocantins (Miragem e Chico): “No avesso da noite de Palmas” e “Memórias (In)visíveis: retratos do Tocantins LGBT”.
Bruna Irineu é professora do Departamento de Serviço Social da UFMT, desde 2018, onde se dedica a mapear as políticas LGBTI+ na América Latina, a fomentar a preservação do patrimônio imaterial LGBTI+ e a disseminar o pensamento lésbico e feminista na universidade. Entre os anos de 2019 e 2021, ela foi a primeira pesquisadora lésbica a presidir a Associação Brasileira de Estudos da Homocultura – ABEH, entidade acadêmico-política criada em 2001 e que reúne pesquisadoras(es) dos estudos de diversidade sexual e de gênero.
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